Parceria


Sentado no chão com a Bebeldila, os pensamentos voam. Toco uma música dos Novos Baianos. Um som me lembra de quando fomos assaltados. Ela ri. Penso que ela tem olhos de caleidoscópio. Lembro de tocar "Lucy in the sky with diamonds". Ela gosta.


Que parceirinha!


Penso no trabalho dos alunos, nas entrevistas que me enviaram, lembro de uma foto de uma criança indígena com o sol nos olhos. A Bebel ameaça um choro. Me dou conta de que ela já está acordada há mais tempo do que deveria. Deito ela no berço. Ela segura a cordinha da minha blusa. Nós damos risada. Mas assim que saio: choro. Espero um pouco... Mais choro.


A parceria está desfeita.


Pego ela no colo, mas agora já não adianta. O chão também não ajuda. Ela quer ficar no colo, sentada, olhando para a frente e andando. Ok. Algum tempo depois, tento deitá-la. Ela percebe o golpe. Duas, três, quatro tentativas... Não. Agora é do jeito dela. 40 minutos depois, ela adormece no meu colo, mas me segura com as duas mãos.


Escrevo esse texto com ela nos braços.


A parceria continua.

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