Na pediatra

Esses dias, como tantas outras vezes, fomos à pediatra. Mas, dessa vez, o frio nos deixou ilhados em quarentena numa sala hermeticamente fechada com lindas crianças doentes que esperavam uma consulta. O sonho de todo pai. Uma menina mais velha, de óculos e sorridente pareceu razoavelmente saudável e extremamente entediada. Quando ela foi brincar na casinha lá fora, ponderei que era melhor estar fechado na casinha com apenas uma do que no consultório com todos. Foram. Depois voltaram. 

Ela era uma graça. Leu histórias da Turma da Mônica para ele em espanhol. Não entenderam nada e riram bastante juntos. O problema era o vai e vem, no frio. Samuel queria ir novamente fazer a travessia e eu argumentei:

- Samu, está muito frio, não é para sair de novo!
- Pai, mas eu fiz panquecas!
- Lá na casinha?
- É, ficou lá.
- Entendi. Não tem problema. Eu vou ligar e pedir para um moço entregar. Alô? Oi, George, você pode fazer um favor? O Samuca esqueceu as panquecas na casinha. Você pode trazer até a porta do consultório para ele pegar? Ele te encontra aí na porta. Vai lá, filho!

Samuca abriu a porta, deu "oi" ao George, se virou para mim e disse:

- Pai, ele esqueceu as panquecas! 

E saiu correndo.

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