Pintando

Eu adoro ver o Samuel pintando. Quando ele pinta uma bola, é como se estivesse jogando. Quando pinta algo grande, os braços abrem, sai do papel. Ele fica distraído e ao mesmo tempo ligado. Tudo o influencia. Se ele está me contando em voz alta o que desenha, a pintura vira uma performance. Se o giz encontra o papel áspero, muda toda a história. Quando sentiu o rolinho rolando na barriga, foi uma festa! Uma pintura que tem mais a ver com o gesto do que com aquilo que fica no papel, que é menos registro e mais intensidade, que é individual mas também é coletiva, relacional, que muda de acordo com quem está ouvindo, com o material que toca, com o dia, com a luz, com o mundo; uma pintura sensível. Nietzsche diz para vivermos a vida como uma obra de arte. Queria que a minha fosse assim. Como eu amo esse moleque!

Samuca e Bebel - um site sobre infância, paternidade e tudo que acontece nessa relação entre pais e filhos. Escrito por Caio Moretto Ribeiro.

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