O dia da vacina

Levei o Samuel para tomar vacina da gripe. Dessa vez confesso que sofri, sofremos, bastante. Agora ele entende melhor o que é a vacina e já chorou quando contei, só de imaginar. Eu queria ter tomado vacina antes dele, pelo menos para ele ver que depois ficava tudo bem, mas a data para professores é só depois e não deixaram. Chegando lá a equipe era ótima e foi tudo muito rápido, mas ele ficou com o bumbum doído ou “espetado”, como ele diz.

Acontece que, com a dor no bumbum, ele não quis tirar a roupa o dia inteiro e acabou fazendo cocô na calça. Aí teve que tirar de qualquer jeito para limpar. E chorou. Depois, todo sujo, fomos para o banho. E chorou de novo. Foi um dia realmente “de merda”.

Passado isso tudo eu já estava bem desanimado pensando como seria difícil colocar o pijama, quando ele lembrou que eu vou tomar a vacina depois e me disse que iria comigo. Chorei agora de novo só de escrever. Pensa no orgulho de um pai ao ver o filho demonstrar empatia assim. Sei que o dia foi um saco, mas me fez ficar pensando que um pouco de dor, um pouquinho de sofrimento talvez seja necessário para a gente conseguir imaginar o sofrimento dos outros e querer ajudar. Fiquei feliz de não ter evitado tudo isso e fui dormir pensando que muitas vezes acabo querendo evitar a dor dos meus filhos, quando o mais importante talvez não seja evitar, mas estar ao lado.


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Samuca e Bebel - um site sobre infância, paternidade e tudo que acontece nessa relação entre pais e filhos. Escrito por Caio Moretto Ribeiro.

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